Batutas e piruetas
Havia lugares vagos na Sala São Paulo ontem. Não muitos, na realidade. Comparando com outros concertos deste ano, a Osusp ontem atraiu mais gente que de costume, provavelmente porque muitos vieram conferir a apresentação dos primeiros resultados do programa "Academia", que de acordo com o maestro e diretor artístico Carlos Moreno, é "primordial" para manter forte a pulsação da Sinfônica da USP. E o público saiu feliz: Moreno impressiona pelo estilo de regência, sempre dinâmica e empolgante, com toques de teatralidade. É um ator com uma batuta na mão, isso quando a batuta não cai, como sempre acontece... Ontem ela rodou no ar e caiu próxima às violas. É divertido ver concerto do coro (de frente para o maestro); a platéia perde qualquer coisa que só é notada pela troca de olhares entre regente e músicos... Mas não vem ao caso. Talvez por ter reunido uma boa quantidade de gente ainda visivelmente leiga em concertos (palmas efusivas a cada término de movimento), Moreno fez dois "bis" - coisa rara - e, como bem frisou minha irmã, "só faltou dar o Duplo Twist Carpado da Daiane", ou seja, explorou ao máximo sua verve dramática, acionando movimentos corporais a cada colorido diferente na orquestra. Nunca vou esquecer o "calafrio" que ele interpretou no final de uma frase do "Concerto Duplo para Violino e Violoncelo" de Brahms. Às vezes é exagero puro, mas de qualquer forma eu gosto do regente. Mais do que isso, eu gosto demais da Osusp, é uma orquestra de muitas qualidades - ontem as cordas estavam irrepreensíveis, beiraram à perfeição na "Serenata para Cordas", de Tchaikovsky. Belo trabalho.
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