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sexta-feira

Fina flor da biografia
Ando numa fase "música clássica", como aliás está claro nas mensagens que deixo por aqui. Por isso, achei que era hora de me aventurar por uma biografia de Beethoven. Ainda não li a brochura de Maynard Solomon, o que é uma falha grave. Mas aproveitei o ensejo e, no comecinho do ano, fui atrás do tijolão escrito pelo violoncelista Lewis Lockwood, lançamento de 2005. E, claro, caí novamente de amores por Ludwig, esse compositor-personagem, vítima de tantas especulações.

Minha maior motivação para ler uma biografia* não foi apenas vontade de saber quem seria a "última" Amada Imortal da crítica musical - as amantes de Beethoven mudam com o vento. Quis saber os caminhos que Beethoven percorreu até chegar em sua última e majestosa fase, começando na 9ª Sinfonia, obra que até o ano passado eu execrava. Não conseguia enxergar a maior das obviedades a seu respeito: o misantropo romântico dizia ao mundo, na forma de uma sinfonia mágica, que a vida era difícil, mas que no final todos cantavam juntos a união entre os povos. E, em seguida, voltava a trabalhar em enigmas musicais, fechava-se em seu mundo interior.

É uma baita mensagem brega, essa de união fraternal. Mas faz sentido na biografia de Beethoven escrever um manifesto à fraternidade, uma "ode à alegria", esse que foi pintado como o mais amargo dos compositores, o mais feio, o mais solitário e sofredor. É mérito do livro desconstruir parte desses mitos e evitar definições a respeito de sua vida pessoal, tão carentes de fatos comprovados, sem filhos, sem rastro.

O autor reconhece a dificuldade de se produzir um relato sobre alguém que insiste em ficar na sombra, revelado a conta-gotas por cartas, dedicatórias, frases musicais. Beethoven pensava de um jeito e agia de outro; queria independência para produzir, mas mendigava a benevolência sazonal de nobres e amigos. No âmbito familiar, assumiu posturas radicais. O livro prova que conhecer Beethoven pela música é talvez o método mais seguro de se chegar à sua vida e pensamento.

* gênero mórbido movido pela curiosidade; peca pelo exagero, que se transforma em mentira

Beethoven, A Música e A Vida, de Lewis Lockwood, 681 p., R$ 75

2 Comments:

Blogger Juliana Zambelo said...

De onde veio esse livro?
Empresta? :)

8:35 PM  
Anonymous Anônimo said...

Poxa, quanta poesia esse seu brog! Não posso te levar na mala, mas espero que acompanhe minha aventura pelos posts, ok! Beijões

2:21 PM  

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