Dos livros Tenho feito leituras tortas. Começo um título, engato outro no meio, termino dois no mesmo dia. Ainda preciso fazer justiça ao Grande Sertão: Veredas (em breve, muito breve), mas por enquanto, lá vão duas ou três linhas sobre os mais marcantes: Jacques Le Goff virou meu amigo há alguns anos, mas perdemos o contato e resolvi reencontrá-lo na obra Em Busca da Idade Média (Ed. Civilização Brasileira, 218 p.). Compilação de idéias trabalhadas ao longo de anos de pesquisa como medievalista, o livro é de 2003, e surgiu de uma série de conversas com Jean-Maurice de Montremy, jornalista e estudioso do tema. Vale como revisão historiográfica, reflexão intelectual, aprimoramento de estudos para quem já gosta do assunto.
Tom Wolfe continua fora da minha lista na categoria "romance". Seu Radical Chique (Ed. Companhia das Letras, 245 p.) reúne uma "introdução teórica" e o "resultado prático" do estilo de reportagem que ajudou a criar nos Estados Unidos. Três textos ensinam aos novatos o bê-a-bá do Novo Jornalismo, esse fantasma que atormenta o sono de todo repórter. Para o bem e para o mal, Tom Wolfe e seus comparsas criaram o jornalista-cabeça, o texto de grife, asas mecânicas para quem não nasceu passarinho, e a consequência disso é notada em toda redação de jornal impresso do planeta. Como tudo o que surgiu nos anos 60, o livro é rock'n'roll e delicioso. À geração futura só resta lamentar. Que tempo bom, que não volta nunca mais.
Uma análise um tanto angustiante da sociedade é o assunto de Desejo de Status (Ed. Rocco, 297 p.), escrito por Alain de Botton, de quem li apenas o bacaninha O Movimento Romântico. O livro divide-se em duas partes. Primeiro, de Botton apresenta as causas de frustrações na vida social e, em seguida, no modo como as pessoas resolvem estas questões. Alain de Botton é um autor inteligente, mas um dia eu ainda falo minhas bobagens acerca da literatura de auto-ajuda de luxo.
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2 Comments:
Olívia, esta é a primeira vez que apareço no seu blogue. Shame on me -deveria tê-lo visitado muitíssimo antes. Comento como "anônimo" porque a fotinho do meu perfil do Blogger é, talvez, meio constrangedora e eu não quero queimar meu filme assim, de cara.
Só quero deixar uma sugestão de leitura (se não for novidade para você, please, ignore): ensaios do George Orwell. O homem era sensacional como ensaísta, muito melhor do que como romancista. A Companhia das Letras lançou recentemente uma coletânea de ensaios dele, "Dentro da Baleia"; mas, se você tiver acesso ao original, é sempre melhor (a edição Penguin dos "Essays" era relativamente fácil de achar na livraria Cultura). Abraços.
(Ruy Goiaba)
Olívia, esta é a primeira vez que apareço no seu blogue. Shame on me -deveria tê-lo visitado muitíssimo antes. Comento como "anônimo" porque a fotinho do meu perfil do Blogger é, talvez, meio constrangedora e eu não quero queimar meu filme assim, de cara.
Só quero deixar uma sugestão de leitura (se não for novidade para você, please, ignore): ensaios do George Orwell. O homem era sensacional como ensaísta, muito melhor do que como romancista, IMHO. A Companhia das Letras lançou recentemente uma coletânea de ensaios dele, "Dentro da Baleia"; mas, se você tiver acesso ao original, é sempre melhor (a edição Penguin dos "Essays" era relativamente fácil de achar na livraria Cultura). Abraços.
(Ruy Goiaba)
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